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Álbuns lançados em 1972: 5 álbuns que completam seus 50 anos

Por: Laryssa Costa

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O ano de 2022 chegou para relembrar que alguns álbuns lançados em 1972 estão completando 50 anos e merecem ser celebrados. Afinal, marcaram gerações com sua sonoridade inovadora e reflexo de movimentos sociais no Brasil e no mundo. 

Antes de tudo, o ano de 72 revelou ao público grandes vozes e nomes marcantes da MPB, que resistiam às pressões exercidas pela ditadura. Assim, o cerceamento limitava não apenas declarações políticas, mas letras e festivais, dando a missão de exaltar o país aos cantores exilados. Dessa maneira, eles compunham letras saudosistas e valorização de raízes brasileiras.

Não sabe sobre o que estamos falando? Vem com a gente que listamos cinco álbuns lançados em 1972 que contam a história através de suas melodias. Aumenta o volume e vem!

Álbuns lançados em 1972 para entender mais sobre o país

O contexto do país em 72 começou a ser instaurado em 64, com o início da ditadura e a chegada dos chamados “Anos de Chumbo”. Como resultado, o governo promovia campanhas de exaltação à pátria, com slogans de “Brasil, Ame-ou Deixe-o”, como estratégia de repreender os descontentes com a gestão. 

Jovens em protesto contra a ditadura militar no Brasil (Foto: Reprodução/Arquivo Nacional)

E é nesse cenário que os álbuns que listamos foram produzidos, com histórias interessantes e sonoridades tão interessantes quanto. Bora conhecer todos eles?

1. Transa – Caetano Veloso

Esse foi um dos álbuns lançados em 1972 que marcou a história, revelando uma mistura londrina e carioca. Caetano, exilado em Londres desde 69, obteve permissão para vir ao Brasil assistir à missa comemorativa dos 40 anos de casamento de seus pais. Aqui, foi interrogado e solicitado a fazer uma música que exaltasse a rodovia Transamazônica, na época em construção. Ao negar e retornar à Londres, ele grava Transa e o lança em solos brasileiros em 72, selando seu retorno ao país. 

Embora o rock seja predominante, o seu diferencial são os sons legitimamente nacionais, como o berimbau e o violão de Caetano. As letras, interpretadas em inglês e português, disfarçam temas políticos por trás da poesia, e fizeram com que o álbum seguisse aclamado mesmo anos depois.

2 – Expresso 2222 – Gilberto Gil

Tal qual Caetano Veloso, Gilberto Gil seguia exilado na Inglaterra, onde entrou em contato com o som feito pelos Beatles, Jimi Hendrix e outros. Assim, ele apostou em temas ligados à negritude, cultura, expansão de consciência e ausência de repressão, seguindo assim dentro e fora do Brasil. 

Em Expresso 2222 ele celebra seu retorno ao exaltar a mistura do Nordeste com a África, somados aos traços londrinos. Como resultado disso, o disco entrou, em 2007, para a lista dos 100 maiores álbuns da música brasileira da Rolling Stone. 

3 – Clube da Esquina — Milton Nascimento e Lô Borges

Ocupando a primeira posição no ranking dos “500 maiores álbuns brasileiros de todos os tempos”, Clube da Esquina foi um dos álbuns lançados em 1972. A pesquisa ouviu 162 especialistas musicais e foi idealizada pelo jornalista Ricardo Alexandre


O disco possui sonoridades simples e emblemáticas, visto que mistura batuques vindos da congada misturados a compassos elaborados em cinco tempos. Não só as melodias ofereciam algo novo, como a sua capa falava por si. Assim, a imagem traz dois meninos sentados em uma estradinha de terra próxima à Nova Friburgo, perto de onde os pais adotivos de Milton moravam. Depois, anos mais tarde, o rapper Djonga utilizou a capa como referência para compor o seu álbum de estreia, Heresia.

 4. Acabou Chorare — Novos Baianos

O álbum feito pelos Novos Baianos marcou gerações devido a sua mistura de rock, bossa nova, sons nordestinos e, principalmente, psicodelia. Além disso, ele traz a mensagem da possibilidade de gostar novamente do país, misturando tons inocentes e sensuais. 

Nesse sentido, a banda desafia o tempo e propõe, até hoje, uma filosofia mais hippie e livre de hierarquias, influenciando artistas como os Tribalistas. Em 2007, o álbum foi considerado o maior disco brasileiro de todos os tempos pela Rolling Stone Brasil

5. A Dança da Solidão — Paulinho da Viola

Com contribuições de Nelson Cavaquinho e Cartola, o álbum de Paulinho da Viola se tornou um dos discos essenciais da MPB. Nesse sentido, ele apresenta a mistura de samba com bolero, embalada por letras nostálgicas e agridoces, em referência a uma pessoa amada. 

Por ser um dos álbuns lançados em 1972, ele é pioneiro no gênero e propõe como novidade uma versão mais reflexiva. Assim, canções como Duas Horas da Manhã, Coração Imprudente e Dança da Solidão marcaram época. 
Além desses álbuns citados, o ano de 1972 também resultou em outros projetos que merecem ser citados. Entre eles, como “Quando o Carnaval Chegar”, de Maria Bethânia eTim Maia, homônimo do cantor.

Álbuns lançados em 1972 pelo mundo

O ano de 1972 foi agitado não só no Brasil, mas também no mundo! Nesse sentido, o terrorismo fez parte das Olimpíadas de Munique, a Grã Bretânia assumia o domínio da Irlanda e o presidente dos EUA renunciava. Ao mesmo tempo, a Guerra do Vietnã seguia em conflito, até ter seu fim decretado em 75.

Mas, não só de tragédias o ano foi feito! Assim, Washington assinava um tratado contra armas químicas e biológicas e a primeira reunião com pauta sobre o meio ambiente acontecia em Estocolmo.

E foi nesse cenário que alguns dos álbuns internacionais mais icônicos foram feitos, dentre eles:

  • Exile On Main St. — The Rolling Stones
  • The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars — David Bowie
  • Harvest — Neil Young
  • Vol. 4 — Black Sabbath
  • School’s Out — Alice Cooper
  • Thick as a Brick – Jethro Tull;
  • Obscured by Clouds – Pink Floyd;
  • Got to Be There – Michael Jackson;
  • Rio Grande Mud – ZZ Top;
  • Eat a Peach – The Allman Brothers Band;
  • Talking Book – Stevie Wonder

Mais do que recapitular a história do país e do mundo através dos álbuns lançados em 1972, é legal descobrir novas sonoridades que refletem até os dias de hoje. Assim, conta pra gente: quais desses você já conhecia e qual é o seu preferido?

Além de descobrir novos sons, que tal compartilhá-los com a galera? Assim, vocês mantêm vivos a história que tem atravessado décadas, formando novas gerações. Dê o play e venha com a gente! 

Laryssa Costa