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Talento, planejamento e ótimos frutos: conheça o trabalho da banda Ablusadas

Por: Gustavo Morais

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Há quanto tempo você não vivencia o prazer de apreciar o trabalho de um novo artista, meu amigo e minha amiga? Convenhamos: os corres diários acabam tomando mais tempo do que deveriam e, no fim das contas, a gente acaba experimentando poucas novidades. Coisas do mundo pós moderno, se é que você me entende 😉

Pois bem… Já que estamos todos em casa, por questões de súde, quero te propor um convite/desafio. Não é nada fora de seu alcance, pode ficar “numa relax, numa tranquila, numa boa” – como disse o inesquecível Tim Maia. O rolê aqui é nada mais, nada menos, do que abrir os ouvidos, a mente e o coração para o trabalho de uma banda realmente diferente de quase tudo que há na novíssima música brasileira.

Cê topa?

Naipe de metais da banda Ablusadas

Arleta de spoiler: esse trio de metais vai arrebatar seus ouvidos (Foto/Facebook)

Se chegou até aqui, posso botar fé que você é 100% disposição! E, agora, sem mais delongas, informo que nossa conversa de hoje é sobre as Ablusadas, a primeira big band mineira de blues e jazz autoral formada exclusivamente por mulheres. Se continuar comigo, garanto que sua experiência sensorial será incrível! Vamos nessa?

Quem são as Ablusadas

São oito musicistas, instrumentistas e compositoras. Na linha de frente estão Roberta Magalhães (voz), Débora Coimbra (baixo), Mel Martins (guitarra), Milena Zannini ( teclados e piano) e Gisele Caetano (bateria). Emoldurando a arquitetura sonora está o naipe de metais formado por Lidiane Nunes (sax alto), Camila Barreto (sax Tenor) Mi Maravilha (trombone). Trabalhando em conjunto, esse time forma a banda Ablusadas.

Ablusadas é a primeira big band feminina de Minas Gerais

Ablusadas, uma banda para ouvir sem moderação (Foto/Facebook)

O primeiro show delas rolou no início de 2018 e com menos de um ano de formação, elas tocaram suas músicas autorais no Palco do Grande Teatro do Palácio das Artes. Na sequência, participaram de festivais de renome e repercussão internacional, como 4° BB Seguros de Blues & Jazz, que reuniu artistas do gabarito de Stanley Jordan, Pepeu Gomes e Hermeto Pascoal.

Ainda no primeiro ano de vida, as Ablusadas engataram a primeira turnê internacional na Argentina, onde se apresentaram em uma série de shows pela capital portenha, e com a banda reconhecida internacionalmente La Bomba de Tiempo, para mais de cinco mil pessoas, sempre com suas músicas autorais.

O trabalho delas reforça protagonismo feminino, fortalecendo e incentivando cada vez mais a presença das mulheres nos palcos de blues.

A música das Ablusadas

E agora que te contei um pouco da história do octeto, tá na hora de conhecer a música das Ablusadas. Por enquanto, elas lançaram quatro as faixas. As letras representam o ponto mais alto da curva do talento da banda. Com muito bom gosto, elas transformam essas conversas entre amigas numa deliciosa viagem musical, de forma intensa ou com bastante humor, mas sempre com muita personalidade e arranjos que fogem da zona de conforto.

A blueseira TPM, por exemplo, remete ao blues britânico dos Faces ou do Humble Pie. Trata-se de uma música que arrancaria mais sorrisos do sempre festeiro Rod Stewart, bem como faria os guitarristas Ron Wood e Peter Frampton se sentirem muito bem representados. E por falar em guitarras… como toca bem a Mel Martins, hein? Ela tem feeling, punch e personalidade, três dos pilares básicos para quem conduz as seis cordas na estrada blueseira.

A banda Ablusadas é nome forte na cena da música mineira

Ablusadas, as mulheres do blues de Belo Horizonte (Foto/Divulgação)

Já em Carro Velho, a pegada caminha para as clássicas big bands de jazz, mas sem deixar a verve rock and roll cair no esquecimento. A relação de amor e ódio pelo carango old scholl é uma divertida crônica da vida da gente. Por sua vez, a faixa Três da Manhã surpreende em tudo. Pra começar, a letra mostra que sofrência cabe em qualquer estilo de música… além do mais, o vocal maliciosamente soa de de forma improvisada, como faziam os antigos mestres do jazz e do blues, ou seja, mais um ponto na conta das Ablusadas.

Emoldurada pelo inconfundível charme do naipe de metais, Tão Longe é um tipo de música que consegue derreter até o mais gélido dos corações. É, no mínimo, brilhante a forma como a banda desenvolve a dinâmica desta canção! Nos shows, certamente é um dos momentos em que a galera vai fazer questão de cantar junto.

As Alusadas posam na pra da liberdade, ponto turístico de BH

De BH para o mundo, as Ablusadas vão arrebatar geral (Foto/Divulgação)

Para além da música, as Ablusadas são inspiradoras

Como nem só de música vive uma carreira artística, as Ablusadas têm uma portção de lições para ensinar aos artistas independentes. Logo de cara, elas mostram que lugar de mulher é onde ela quiser. Pra melhorar mais ainda, elas fazem exatamente o tipo de som que amam e acreditam. Nada melhor do que autencidade, concorda?

Além do mais, com pouco tempo de carreira, esse octeto já faz shows na gringa, toca em palcos sagrados e tem até a própria marca de cerveja. Tudo isso é reflexo de um empreendedorismo bem articulado e de uma carreira bem planejada. Porém, nada adiante ser visionário e não saber fazer um som direito, não é mesmo? Felizmente, para o azar de quem pensa que o blues é coisa do passado, essas mineiras maneiras tocam bem pra caramba e sabem que o futuro não é nada duvidoso 😉

Gustavo Morais