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Como fazer uma música de sucesso? Pesquisa da UBC explica!

Por: Gustavo Morais

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Fazer música é um ato que não combina com fórmulas prontas, concorda? É inegável, no entanto, que os hábitos de consumo do público exercem papel de total importância no modus operandi dos artistas que desejam bombar nas paradas de sucesso. Uma pesquisa da União Brasileira de Compositores (UBC) descobriu quais são as tendências das canções que lideram audiência nas rádios e nos serviços de streaming.

No texto de hoje, você vai conhecer um pouco sobre esses direcionamentos e, se considerar válidos, adaptá-los ao seu trabalho autoral.

O estudo analisou o top 10 das mais tocadas dos últimos seis meses no rádio e no streaming brasileiros, um ranking elaborado pela Crowley e publicado semanalmente no nosso site da instituição.

Segundo o levantamento, ao longo das 26 semanas analisadas, entre 12 de maio e 9 de novembro, 68 canções revezaram-se nos rankings. No rádio, 91,5% — 32 das 35 canções do top 10 dos últimos seis meses — eram hits do sertanejo; o restante eram dois arroxas e um “sambanejo”. Por sua vez, o streaming apresentou um pouco mais de variedade, com espaço dividido entre sertanejos, funk, pop e até uma tímida presença (6% do total, ou quatro canções) de obras estrangeiras.

Dados importantes sobre temáticas:

  • 100% dos hits sertanejos têm o fracasso amoroso como tema. Nesse caso, a temática se desdobra em “dor de cotovelo”, romances tóxicos/disfuncionais, histórias de casais estão separados fisicamente, entre outros temas.
  • Entre os funks do ranking (que aparecem só no streaming, nunca na rádio), 100% têm classificação como conteúdo explícito e trazem referências sexuais sem censura.

Outras informações sobre tempo e formato de uma música de sucesso:

  • Entre as 68 músicas analisadas, a mais longa tinha 3’44”. Trata-se da canção Quarta Cadeira – Ao Vivo, feat. das duplas Matheus & Kauan e Jorge e Mateus;
  • 58% do total de faixas analisadas têm uma introdução de, no máximo, dez segundos;
  • 92% delas têm uma introdução de, no máximo, 15 segundos;
  • No caso das músicas sertanejas, mais de 80%, quando a introdução dura mais de 10 segundos, têm algum “chamamento” do cantor, uma provocação qualquer, uma saudação, algo que destinado a “arrebatar” o ouvinte;
  • em 62% delas, o refrão entra antes dos 45 segundos;
  • em 98% delas, o refrão entra antes de um minuto;
  • entre os funks e pops nacionais analisados, 100% tinham ao redor de dois minutos de duração total, com introduções de, no máximo, 4 segundos. A maior parte delas já começa no refrão, repetido algumas vezes ao longo da curta execução da música;
  • 90% das músicas de sertanejo que aparecem no ranking são versões ao vivo [as gravadoras apostam bastante no lançamento de produtos relacionados aos grandes espetáculos e, de quebra, aproveitam a forte presença dos artistas nas grandiosas e longevas turnês].
A cantora Marília Mendonça toca violão, durante participação em programa de TV

Além de intérprete, Marília Mendonça é uma das compositoras de maior sucesso na música atual (Foto/Internet)

Com a presente pesquisa, entre outras coisas, a UBC revela as tendências mercadológicas e, principalmente,  o comportamento do consumidor final de uma canção. Lembrando que “público” é o conjunto de pessoas que compra ingressos para shows, gasta uma grana com merchandising, ouve singles nos streamings, etc .

No fim das contas, as informações acima não dão garantias de que sua próxima música será um sucesso incontestável nas paradas de sucesso. É inegável, no entanto, que a frieza desses números é uma oportunidade para que você reflita acerca dos rumos de seu trabalho autoral.

Gustavo Morais