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Tambor de Corda evidencia o pluralismo da música baiana

Por: Gustavo Morais

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Com raízes na cidade de Salvador, capital da Bahia, o Tambor de Corda é um grupo de música afro. O grupo se desenvolveu a partir das inquietudes artísticas do etnomusicólogo Gustavo Melo.

Gustavo melo, o responsável por colocar o bloco na rua (Foto/Facebook)

Inicialmente, o nome sugere a ideia de passar os toques dos instrumentos de percussão das músicas de religiões de matriz africana para as cordas do violão. Com o passar dos anos, o grupo foi mudando de formação e moldando a ideia de mesclar música afro e pop, de forma coesa, mas sem reciclar ideias já desenvolvidas na musicalidade baiana. O trabalho ganhou vida com o lançamento do disco “Gustavo Melo e o Tambor De Corda”, em 2017.

World music made in Bahia (Imagem/Divulgação)

O material é constituído por 11 canções inéditas, todas elas inspiradas no som dos tambores dos terreiros de candomblé. O violão percussivo busca um dedilhado próximo aos sons dos atabaques e agogôs. As melodias traçam um diálogo entre a tradição das cantigas milenares e a música pop. Além da música afro-religiosa, o disco apresenta momento de blues, reggae, semba [um ritmo bem popular na Angola], xote, rock, etc e tal! Com muito bom gosto, o grupo sabe misturar seu caldeirão musical, seja na criação dos arranjos ou na combinação de ritmos.

Gustavo de Melo e o Tambor de Corda fazem uma magnífico trabalho original. Por mais que recebam as mais variadas fontes de referências, as músicas não se diluem e  entregam uma sonoridade autêntica, envolvente e arrebatadora. Fazer world music, sobretudo em um cenário cultural tão rico, como é o brasileiro, não é para amadores! É preciso ter sensibilidade, faro artístico, raça, bagagem de vida, amor, respeito e – principalmente – talento. Para o bem de seus ouvidos, não deixe de ficar de olho no trabalho desses baianos arretados.

Gustavo Morais