1. Página inicial
  2. blog
  3. Notícias
  4. Voo solo de Tati Portella rende o disco ideal pra ouvir, curtir e compartilhar

Voo solo de Tati Portella rende o disco ideal pra ouvir, curtir e compartilhar

Por: Gustavo Morais

Compartilhe no Facebook
Compartilhe no Twitter
Copiar link

No intervalo de tempo entre os anos 2000 e 2017, ela foi a voz da banda de reggae gaúcha Chimarruts. Foram 17 anos, 6 CDS, dois DVDs e um ciclo muito bem resolvido. Sim, meus amigos e amigas! Estou falando de Tati Portella, uma artista que fãs de música brasileira precisam conhecer com mais intensidade.

E, adivinha só? No texto de hoje, vamos conversar sobre o voo solo da Tati. Sem medo de ser feliz e cercada de gente do bem, a cantora e compositora lançou um trabalho que não pode ficar de fora das playlists nossas de cada dia.

Ficou pilhado pra entrar nessa vibe? Então, vem comigo que – como diria Cazuza – “no caminho, eu te explico”. Prepare aí seus fones de ouvido, se acomode em um local bem confortável e aproveite essa onda de música boa que acaba de começar…

Tati Portella em carreira solo

Em 2017, Tati Portella saiu da Chimarruts e engatou carreira solo. Convenhamos: foi uma atitude deveras corajosa. Abrir mão do posto de vocalista de uma banda bem sucedida, e entrar de corpo e alma em um terreno totalmente novo, é só pra quem tem a inquietude de viver fora da caixa.

Batizado Minha Verdade, o single de estreia foi lançado no mesmo ano. “A música precisa sempre transcender […] Prosseguir, seguir outro caminho é /Sentir que tudo tem um ciclo a se cumprir/Cantando eu vou seguindo meu caminho”, diz alguns versos da letra. Sem “tretar” com nada e nem com ninguém, Tati esclareceu suas intenções, desejos e necessidades artísticos e/ou humanos.

Impermanência, primeiro disco solo de Tati Portella

Dois anos e muitos shows depois do single Minha Verdade, Tati Portella lançou o disco Impermanência. São 10 faixas, nove inéditas e uma regravação.

É impossível não pensar no capricho em torno da produção do álbum. Milimetricamente arquitetados, os trabalhos de mixagem e masterização nos entregam uma audição confortável e prazerosa.

Na era do imediatismo e da menor apreço aos detalhes, é revigorante ter experiências sensoriais com o trabalho de uma artista que sabe qual tipo legado quer construir. Felizmente, Portella compreende que “um disco fica pra sempre” e, por isso, opta por lançar obras com qualidade suficiente para resistirem ao teste do tempo.

Capa de Impermanêcia, disco solo de estreia de Tati Portella

Antes de partir para as faixas do álbum, é preciso pensar no estilo vocal da cantora. Que Tati é da praia do reggae + pop, todo mundo sabe. O timbre de voz dela, no entanto, é duma versatilidade incomum. Com um pouquinho de atenção, conseguimos saborear temperos de música soul e blues nas interpretações dela. São registros assim que separam os que cantam e encantam dos que apenas gostam de cantar e/ou são afinados.

Um guia de faixas do disco Impermanência

A faixa Minha Verdade, vista e ouvida linhas acima, foi a primeira música de trabalho do disco. O segundo single foi Melodia Perfeita, um reggae sobre renascer e seguir o caminho que o coração mandar. De quando em vez, precisamos ser mais emoção e menos razão.

Já na faixa título, a mensagem é sobre as diferenças entre “preço” e “valor”. De maneira incisiva, Tati traça um eixo perpendicular entre a “metamorfose ambulante”, ideologia proposta por Raulzito, e a “impermanência”, conceito budista sobre a constante mutação de todas as coisas que compõem o Universo. No fim das contas, tudo é impermanente – inclusive você e eu.

As parcerias são outros pontos de destaque do álbum. A música A Vida Dá marca o feat. de Tati com o paulistano Dada Yute, artista identificado com as raízes jamaicanas do reggae. Com produção e guitarras assumidas por Alexandre Carlo, membro da banda Natiruts, essa canção é uma ode ao otimismo. Mais perfeita pro cenário atual, impossível.

Com o help do lendário multi-instrumentista Duca Leindecker (Cidadão Quem e Pouca Vogal), Portela gravou Noites de Outros Dias. Com toda sua bagagem, Duca conectou a pegada regueira da cantora com o que há de mais bacana no pop rock. Além disso, a letra dessa música é uma perfeita reflexão sobre a alucinação que é o dia a dia desses tempos pós-modernos.

Por sua vez, o gaúcho Nei Lisboa “chega chegando” e solta a voz na regravação de Pra te Lembrar – composta e lançada por Nei no álbum Relógios de Sol (2003).

Quem também brilha em dueto com Tati é Serginho Moah, ex-Papas da Língua, que canta na música Leve, faixa que descreve o que todos precisamos: a leveza do amor.

O primeiro disco solo de Tati Portella só tem um problema: ele acaba! Mas aí, você só precisa dar o play novamente e deixar a história acontecer.

Gustavo Morais