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Dom Pescoço lança disco instigante, intenso e viciante; ouça Chucro

Por: Gustavo Morais

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A banda Dom Pescoço acaba de lançar o seu terceiro álbum da carreira, Chucro. Nesta nova empreitada, os músicos Dom de Oliveira (baixo e voz), Gabriel Sielawa (violão nylon, teclado, guitarra e voz principal), Passarinho (bateria, programação e voz) e Rafael Pessoto (guitarra e voz) optaram por brincar com o inusitado e a pluralidade musical. De antemão, preciso confessar que os caras brilharam!

“Com Chucro, acredito que  conseguimos criar uma unidade nos arranjos e nos centramos em uma música mais reta e mais madura”, revela Dom de Oliveira. Nesse sentido, de fato, é possível observar uma variedade de referências musicais ao longo da audição do álbum. 

Neste post, vamos trocar uma resenha sobre o novo trabalho do quarteto. Antes de mergulhar de ouvidos, mente e alma nessa obra, saiba que grupo entregou ao público um material totalmente fora das exigências mercadológicas da indústria fonográfica. Afinal de contas, quem precisa delas?

Agora, ajuste aí os seus fones de ouvido e se prepare para uma deliciosa experiência sensorial!

Os bastidores do novo disco da Dom Pescoço

Para buscar inspiração para o novo disco, a banda entrou na sua psicodélica máquina do tempo e aterrissou no ano de 1971. Por lá, o quarteto esbarrou no disco A sociedade da grã-ordem kavernista apresenta sessão das dez, projeto que reuniu Raul Seixas, Sérgio Sampaio, Edy Star e Miriam Batucada. Nesse sentido, os caras beberam numa fonte que  transborda humor, criatividade, sensação de não pertencimento e uma saborosa salada de gêneros musicais.

Banda Dom Pescoço lança novo disco, Chucro

De volta ao presente, mais precisamente outubro/novembro de 2020, a Dom Pescoço entrou em estúdio e gravou as 11 faixas de Chucro. Sob as orientações de uma dupla de produtores musicais, Diego Xavier e Alexandre Campos, a banda deu lições sobre como fazer um som que respeita o passado, mas soa inventivo e vigoroso. Em outras palavras, o álbum não é datado em aspecto algum. Portanto, a música brasileira popular ganha um disco que muda o panorama da cena independente atual.

Por que ouvir Chucro, novo álbum da Dom Pescoço?

“A nossa principal influência é a pluralidade de ritmos e estilos”, afirma Dom de Oliveira. Completando a confissão de Oliveira, encaixamos a forte presença da atmosfera inusitada, kavernístico e lúdica no conceito artístico do álbum. Em tempos tão sombrios e confusos, o humor inteligente e denso é um bálsamo.

Pra começar, Chucro registra as vinhetas Eu vou/não vai não e Pegue Um Pano. Além disso, o disco começa e termina com sons de gansos da região de São José dos Campos – a ave também foi parar na imagem da capa do álbum.

Capa de Chucro, novo disco da banda Dom Pescoço

O caleidoscópio musical aparece de várias formas no novo trabalho da Dom Pescoço. O  brega, por exemplo, surge em Mesa 13; e Me Faz Lembrar parte de uma base de ijexá, um tradicional ritmo de origem africana.

Outro ponto louvável é a capacidade que o quarteto tem de transitar entre momentos distintos da música brasileira. Enquanto Leve buscou inspiração na cena contemporânea do Brasil, como Kiko Dinucci e Siba, a faixa Luvoar teve como escola a obra de Gilberto Gil. 

O primeiro single do disco foi Delicadinho, uma canção com cara de balada anos 1980, que fala de amor. Inclusive, a pegada love song também é marca de Mais de Perto.

Em suma, o disco apresenta um conjunto de 11 canções que flertam com vários estilos, momentos e tendências musicais. Tudo isso, claro, com o padrão Dom Pescoço de qualidade, ou seja, são músicas que ouviremos com o mesmo prazer daqui a algumas décadas. Por um cenário com mais artistas que resistam ao teste do tempo!

Ouça Chucro, mas sem moderação! Em cada audição, você terá uma experiência sensorial diferente. 

Gustavo Morais